terça-feira, 29 de março de 2011

Exp. de Fé - Fernando H.

Meu nome e Fernando Hideki Hatimine,tenho 28 anos e sou membro
da Igreja Messianica Mundial a 28 anos.

Nasci dentro de uma familia de membros pioneiros no Brasil, sendo que minha avo materna e minha mae possuem mais de 40 anos de membro.
Minha experiencia de fe baseia-se em tres pontos: ter Fe no Messias Meishu-Sama, seguir orientacoes, Praticas do Sonen e Sonen de Gratidao.
Decidi vir ao Japao no ano de 2001, comuniquei a minha mae a minha vontade de vir para o Japao conhecer a Terra de meus antepassados e, para minha surpresa, ela nao disse nada, apenas concordou com isso. Durante o jantar, falei tbm para meu pai, e ele me disse: “Voce nao vai, vai ficar aqui para estudar faculdade”. Como estava com muita vontade de vir para o Japao, disse para ele: “O Senhor querendo ou nao eu irei”, e retirei-me da mesa do jantar e fui para a sala. Acho que naquele momento, ele deve ter pensado que nao teria jeito, entao, acabou concordando.
Eu e minha mae fomos ateh uma agencia e vimos todo o que era necessario para poder vir ao Japao, mas tinha um pequeno problema, eu estava afastado da fe messianica desde o comeco da adolescencia, quando eu entrei para o grupo Ryukyu Koku Matsuri Daiko, aonde aprendi um pouco sobre a cultura dos meus antepassados paternos, jah que tenho descendencia Okinawa.
Sempre que estava indo para o bairro de Vila Carrao em Sao Paulo, passava em frente ao Centro de Aprimoramento Guarulhos e dizia para mim mesmo em pensamento “Um dia eu ainda entro ai de novo”, mas nunca entrava, achava que o grupo era mais importante que Deus e Meishu-Sama.
Um dia, voltando sozinho do curso, parei no ponto de onibus e decidi entrar e somente comunicar a Meishu-Sama que eu queria vir ao Japao. Fui ate o Altar, cumprimentei Deus e Meishu-Sama e resolvi tbm receber Johrei, pensava comigo mesmo, tomara que de tudo certo logo e que eu possa ir o quanto antes para lah.
Durante o Johrei, comecei a sentir uma enorme sensacao de felicidade, com a qual nao pude segurar a emocao e comecei a chorar muito. Nao me lembro muito bem o tempo, acho que a membro que estava ministrando Johrei ficou um pouco assustada e continuou ministrando ate que eu parasse por completo de chorar.
Ela veio ate mim e perguntou se estava bem, qual era meu nome e se eu nao queria conversar com o Ministro, pois ele estava no Centro de Aprimoramento naquele momento. Apenas disse para ela que estava bem e que queria apenas ir embora.
Chegando em casa, minha mae espantou a minha demora e perguntou sobre a minha demora em chegar em casa. Disse para ela que tinha ido ao Centro de Aprimoramento e entao ela entendeu o motivo da minha cara inxada e meus olhos vermelhos. Lembro apenas que ela falou: “Voce nao acha que somente comunicar Deus e Meishu-Sama vai adiantar nao e? Procure uma dedicacao e tudo correra melhor.”
Fiquei com aquilo na cabeca e durante algumas semanas fui novamente ao Centro de Aprimoramento e perguntei para o plantonista responsavel se nao teria alguma dedicacao para mim durante algum plantao. Conversei com a plantonista responsavel daquele dia e ficou marcado que eu dedicaria no Johrei Intensivo. Pensava comigo mesmo: “Eu que nao gosto de ministrar Johrei nem mesmo em mim, terei que ficar de 2 a 3 horas ministrando Johrei em alguem, isso eh absurdo” mas como nao queria decepcionar a minha mae, topei.
Logo no mes de agosto a agencia ligou e falou que estava quase tudo certo para meu embarque, novamente pensei “puxa Meishu-Sama eh rapido, mal comecei a dedicar e jah vou para o Japao”, mas estava enganado.
Passaram-se os meses de setembro, outubro, novembro e quando eu abri mao de vir, a agencia liga no comeco do mes de dezembro e diz que na semana seguinte eu jah estaria embarcando.
Fui com minha mae aos cemiterios aonde temos parentes enterrados para fazer um agradecimento pela oportunidade, pela confianca que depositaram em mim e tambem fomos a casa de uma tia por parte de pai e tambem para a casa da minha avo materna me despedir.
Minha avo nao sabia de nada, apenas quando a comuniquei, ela perguntou se podia ministrar Johrei em mim e eu disse que sim. No termino do Johrei ela disse uma frase que ate hoje me lembro muito bem: “Estarei sempre rezando por voce, mas nao pode se esquecer de Meishu-Sama, por que Ele, Deus e os antepassados permitiram isso”.
Quando estava no aeroporto ja no dia do embarque, muitos amigos chorando, minhas irmas, menos meu pai e minha mae. Fiquei um pouco decepcionado pelo motivo da minha mae nao estar chorando, pois sempre fomos muito ligados. Enquanto esperava o momento do embarque, ficava pensando comigo mesmo “Hoje eu vejo minha mae e meu pai chorar, tomara que chorem muito”.
Chegando aqui ao Japao, minha primeira iniciativa foi procurar a Igreja, perguntei para varias pessoas e nenhuma delas sabia o que era Sekai Kyusei Kyo ou Igreja Messianica Mundial.
Tive a ajuda de um senhor japones que procurou na lista telefonica o numero do Solo Sagrado de Atami e assim, consegui entrar em contato com o Ministro {...}, posteriormente fui dedicar nos Johrei Centers de Kariya e Toyohashi, pois eram mais perto para mim do que ir para Handayama.
Naquela epoca, eu recebia cartas quase semanais da minha mae, sempre contando problemas, purificacoes e mesmo eu aqui na Igreja, ja estava ficando bravo com Meishu-Sama, chegando ate ao ponto de ir ao Johrei Center Kariya e dizer para Meishu-Sama que nao permitia que ninguem fizesse minha mae sofrer do jeito que ela estava sofrendo e que, se fosse para ser assim, preferia muito mais me afastar da Igreja. Pensava comigo mesmo “Isso eh um absurdo, minha mae sofrendo, purificando e Meishu-Sama nao faz nada?”
Acabei me afastando por completo da Igreja e entao, comecaram minhas crises de depressao. Jah nao aguentava mais as purificacoes tanto de minha mae, minha irma mais velha e as minhas.
Entao, quando estava quase tudo certo para eu tentar o suicidio, minha mae escreveu em uma carta o real motivo dela nao ter chorado no aeroporto.
Ela contou que, quando eu a comuniquei, ela foi ateh o Centro de Aprimoramento e teve uma imensa conversa com Meishu-Sama e que, se este fosse o destino escolhido, ela abria mao de me ter por perto e permitia que eu viesse.
Aquela carta foi como um soco no estomago. Eu jah estava frequentando outra religiao, nem me lembrava mais de Meishu-Sama, quando ela diz isso. Fiquei muito confuso, mas depois, nao parava de pensar o quanto fui ingrato com Meishu-Sama.
Numa crise de depressao bem profunda na qual me encontrava, troquei de roupa e fui em direcao ao Johrei Center Kariya, tendo apenas em pensamento “Estou voltando”.
Chegando na frente do Johrei Center, subi as escadas, parei em frente a imagem de Deus Supremo e Meishu-Sama, juntei minhas maos para fazer as reverencias, mas nao consegui, comecei a chorar copiosamente.
Quando consegui cumprimentar Deus e Meishu-Sama, era como se Meishu-Sama falasse: “Sabia que voce voltaria, estava te esperando. Seja bem vindo a sua casa”.
Mas eu sempre tive serios problemas com Ministros, Assessores de Ministro, Assistentes de Ministro. Nao me entrava na cabeca se quer um dia obedecer as orientacoes de cada um deles, seguir uma orientacao para mim era o fim do caminho. Pensava que quem segue orientacao eh fraco, sem carater, por isso, tinha em minha mente nunca seguir orientacao de ninguem, somente minha mae e meu pai.
No ano da inauguracao do Johrei Center Eikoh Hamamatsu, tive uma crise de sinusite muito forte no Johrei Center Toyohashi e ouvi uma voz ao meu ouvido: “Seu lugar agora esta em Hamamatsu, estao precisando de voce la”.
Achei que algum antepassado de algum membro do Johrei Center estivesse me expulsando, entao, fiquei afastado novamente por uns 2 ou 3 meses ate que lembrei do Ministro {...}.
Entrei em contato com ele por uma pagina de relacionamentos e ele me passou o telefone do {...}, ao qual liguei assim que pude.
Era perto do dia do Culto Mensal de Gratidao do mes de setembro ou outubro, nao me lembrava muito bem como fazia para chegar ateh Handayama, mas consegui chegar. Me perdi um pouco no caminho, mesmo perto do Johrei Center.
Assim que entrei, percebi algumas pessoas curiosas me olhando, deviam estar pensando “O que este japones esta fazendo no meio de tanto brasileiro?”. Eu nao conhecia ninguem la, estava como um peixe fora d’agua. No termino do culto, perguntei se o tal {...} estava presente e fui levado ate ele.
Me apresentei disse aonde morava, quanto tempo de membro eu tinha. Ele me perguntou se eu nao queria conhecer o Reverendo {...}, pois era ele quem tinha feito o Culto Mensal naquele dia.
Fui apresentado ao Reverendo e passando algumas informacoes, como meu endereco, meu telefone, a cidade aonde residia, ele me disse que tinham membros japoneses perto e que ele ficaria muito feliz se eu os conhecesse. Entao, foi assim que conheci alguns membros japoneses que moram na cidade aonde resido desde que cheguei no Japao. Cheguei ate ao ponto de pensar que se ainda estivesse frequentando Toyohashi, nao teria a oportunidade de conhecer esses membros que atualmente me ajudam tanto.
Durante a conversa, o {...} perguntou se eu nao queria conhecer o Ministro {...}.
Soh de pensar em conhecer um Ministro brasileiro, fiquei meio apreensivo, pois achava que ia vir mais um a pegar no meu pe, dizer para fazer isso aquilo de forma brusca e que com certeza eu ia me afastar novamente. Mas disse que sim e entao ele marcou uma entrevista com o tal Ministro {...}.
Nao sabia quem era aquela pessoa, para mim, era um senhor de uns 40 a 50 anos.
No dia da entrevista, cheguei ao Johrei Center e nao vi ninguem, apenas um jovem brasileiro que para mim, era apenas um membro.
Entao ele me disse: “Bom dia, voce e o Fernando?”. Fiquei meio espantado e achando como um jovem como ele eh Ministro, provavelmente nao sabe de nada e vai ficar me falando abobrinha o tempo todo.
Recebi Johrei do Ministro e fomos para a tal entrevista. Nao sabia o que falar, mas nao sei o real motivo, comecei a me abrir com o Ministro, a ponto de algumas vezes chorar ao falar das purificacoes da minha mae com minha irma mais velha e tambem das purificacoes da minha irma mais velha com minha mae.
Entao, quase ao fim da entrevista, lembro-me como se fosse hoje, o Ministro {...} fez algumas perguntas: “Voce le ensinamento? Voce dedica? Voce ministra e recebe Johrei? Voce faz ikebana? Faz donativo mensal e diario?”. Para todas estas perguntas a resposta era sempre a mesma, eu apenas dizia “Nao”.
Mas a ultima pergunta foi: “Voce segue as orientacoes de Kyoshu-Sama e do Presidente?”. Disse para o Ministro, mesmo com medo da resposta dele: “Desculpa Ministro, mas nao sigo orientacao de ninguem. Orientacao para mim eh como ordem, e desculpa, mas ordem eu nao sigo.”
O Ministro {...} apenas me olhou bem nos olhos e disse: “Ninguem orienta porque quer o mal de alguem. Kyoshu-Sama e o Presidente orientam porque querem sempre o bem de todos.”
Entao, novamente tomando um soco no estomago, percebi que Meishu-Sama sempre colocava em meu caminho pessoas com o temperamento muito mais forte que o meu, para ver se eu conseguia controlar o meu Ga. Porque sempre que alguem pegava muito no meu pe, eu jogava tudo para o alto e abandonava de vez.
Entao, em uma nova entrevista no mes seguinte a primeira, ele fez novamente as mesmas perguntas e para meu espanto, para todas a resposta era sempre positiva.
Comecei a fazer as praticas do sonen e tambem o sonen de gratidao para todas as coisas que me acontecem no dia-a-dia.
Se estou ruim, faco a pratica do sonen, encaminho meus antepassados, faco o donativo e depois faco a pratica do sonen de gratidao para agradecer ao Messias Meishu-Sama e meus antepassados por ter tido a oportunidade de fazer.
Mas tambem faco a pratica do sonen de gratidao para muitas coisas que me acontecem, nao somente para salvar antepassados, mas para tudo, realmente tudo, e posso dizer que funciona.
Algumas pessoas no meu trabalho, nao entendem como de uma hora para outra eu mudei um pouco, pois, antes de comecar a fazer as praticas, eu era meio estourado, ficava bravo por qualquer coisa. Hoje ja nao, eu escuto, agradeco e continuo a fazer o meu trabalho normalmente, como se nada estivesse me atrapalhando, nem mesmoa conversa dos outros, que, anteriormente, me deixava bravo, pois nao gostava de trabalhar com um tagarela ao meu lado. Hoje posso dizer que jah nem ligo, ateh agradeco pela pessoa estar falando, pois assim, eu posso agradecer a Deus e a Meishu-Sama por poder ter ouvido e escutar, mesmo que seja besteira.
Hoje, no Brasil, minha irma esta dedicando novamente no Johrei Center, conseguiu encaminhar a socia dela na firma que elas duas possuem juntas.
Minha mae teve a grande oportunidade de vir ao Japao e conhecer dois solos sagrados: Kyoto e Atami. Ela ainda pensa em vir novamente, mas desta vez, trazendo meu pai junto, o que eu acho meio dificil, pois ele morre de medo de aviao, mas estou fazendo a pratica do sonen para ver se assim conseguimos.
E minha irma tambem pensa em vir para cah. As vezes fico pensando, mas e se vierem todos de uma vez? Em casa nao tem nem espaco para mim, quanto mais para 6 ou 7 pessoas, mas isso com o tempo veremos, deixo tudo nas maos de Meishu-Sama, Ele sabe das coisas muito mais do que eu.
Agradeco imensamente a Deus, Meishu-Sama e meus antepassados por ter a oportunidade de estar dedicando aqui no Johrei Center Eikoh Hamamatsu e tambem ao Ministro {...} por ter tido a imensa paciencia comigo no comeco, pois sei agora que eu era um pouco cabeca-dura, nao entendia o real motivo de sempre estar pulando de um Johrei Center para outro.

Muito Obrigado.